sexta-feira, 8 de abril de 2011

O processo evolutivo das idéias.

Por Ana Beatriz


A psicologia cientifica, em si, é resultado da revolução industrial. No entanto, todos nós sabemos que as questões do homem (que somos, de onde viemos, por que somos assim, e etc) vêm deste a antiguidade.


Mitologia x Filosofia


As idéias sobre o psiquismo humano já existiam na Grécia antiga, quando os homens usavam a mitologia para as explicações da realidade. Nesta ocasião, os homens se esquivavam das culpas, colocando toda a responsabilidade de seus atos nos deuses e deusas da mitologia.

deuses da mitologia


Em um determinado momento da historia, porém, surge a figura do filósofo: pensadores que se atreveram a tentar entender a historia mística, os chamados pré-socráticos. Dentre eles estavam os “idealistas” e os “materialistas”. Ambos se ocuparam em tentar entender como o homem se relaciona com o mundo:

“O homem vê o mundo que existe, ou o mundo existe porque o homem o vê?”

(fonte da imagem)


Os idealistas se vincularam ao mundo dos pensamentos. Para eles, à partir do raciocínio é que se dava o mundo. Os materialistas, por sua vez, se ligavam ao mundo concreto, e só pensavam a partir daquilo que podia ser visualizado, sentido materialmente.

Eis que surge a figura de Sócrates, para afirmar que não importa se vemos ou não vemos o mundo, o que importa é que os humanos têm plena capacidade de raciocinar, e se responsabilizar pelos seus atos, e isso causou grande repercussão, pois tornava “inválidas” as explicações mitológicas para o mundo. Para Sócrates, ainda, o conhecimento era construído a partir do questionamento.

Tão importante quanto às afirmações de Sócrates, foram também as de Platão. Para ele, havia um mundo perfeito, exterior ao mundo das idéias. Quando nascíamos, uma parte desse mundo era nossa, e era a nossa alma. Quando morríamos, essa parte voltava ao mundo perfeito. Platão defende, portanto, a separação do corpo e alma. (Platão era idealista.)

Ao contrário de Platão, Aristóteles defendia que corpo e alma eram indissociáveis, dependentes, e que a existência precedia a essência. Para ele, o que o homem constrói, faz o conhecimento, e todo o aprendizado se dá a partir da natureza, é só observar, pois a ciência se constituía a partir do mundo concreto e das observações. Segundo Aristóteles, havia três tipos de alma:

1- Alma vegetativa: capacidade de todos os seres vivos de se manterem vivos. Esta alma esta presente, portanto, nas plantas, e animais, incluindo o homem.

2- Alma sensitiva: capacidade sentir o mundo. Esta, apenas os animais e o homem possuem.

3- Alma racional: capacidade de pensar sobre o pensamento, de raciocinar, e que pertence apenas aos humanos.


O pensamento na idade média

A civilização que mais absorveu o pensamento grego, foi a romana. Até Roma aderir ao cristianismo, a filosofia tinha livre arbítrio. Com o fim do império romano, e o surgimento do catolicismo, ficou decretado que ninguém pensa por si só, quem define o que é certo e errado é a igreja. O homem da idade média perdeu sua autonomia, e o direito de raciocinar, e responsabilizar-se por se mesmo.

Nesta época, com o clero “pensando por todos”, surgem Santo Agostinho e São Tomaz de Aquino: ambos pensadores da igreja, mas que também “seguiam” os antigos filósofos, agregando filosofia às teorias da igreja.

Para Santo Agostinho, o mundo perfeito das idéias de Platão era Deus, a “parte” desse mundo que nos pertence quando nascemos é a essência Divina, e nós temos a missão de preservar o que Deus nos dá. São Tomaz de Aquino, por sua vez, afirmava que a existência determina a essência, e que essa essência esta ligada a Deus. Só Deus reúne existência e essência. Segundo ele, o homem precisa ser bom para atingir a essência. Por fim, a alma,para São Tomaz, é a sede da razão e prova da diversidade, e liga o homem a Deus.


(Santo Agostinho)


O Renascimento das idéias

(Fonte da imagem)


O fim da idade média trouxe consigo novamente a busca pelas explicações racionais. O iluminismo proporcionou uma mais significativa valorização do homem e do conhecimento. É nesta fase que os filósofos ganham voz novamente: Voltaire, por exemplo, sistematizou a primeira enciclopédia do mundo; Descartes, por sua vez, afirmou que o homem só existe porque é capaz de pensar (“penso, logo existo”). Este também estabeleceu o método da observação para o conhecimento. É nesta fase também que se consagram a separação mente e corpo, com a anatomia e a fisiologia.

Ciência/Capitalismo/Revolução Industrial

Nesta fase destaca-se : o estudo sobre a percepção; o avanço da psicofísica; a busca de conhecimentos de intervenção e predicação; a valorização do modelo máquina; dentre outros conceitos, que em breve voltarei aqui para compartilhar com vocês... Aguardem! Até lá!

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